JE NE SAIS QUOI
Júlio é um ator em decadência, com uma estranha obsessão. Ele precisa de criar um espetáculo, seja este como for. No buraco negro em que se encontra, reúnem-se Bach, Beethoven, Mozart e Stephen Hawkings, que o ajudam (ou não) nesse processo. Acabam por ficar todos à espera de Groucho Marx.
Numa outra dimensão, Groucho Marx já está a improvisar o espetáculo e a enfrentar o público. Possivelmente leva a Madre Teresa consigo, ou qualquer um que esteja no lugar errado à hora errada.
Ainda sobre a primeira dimensão… Beethoven continua surdo e incompreendido, Bach continua quase cego e cheio de amor paternal, Mozart continua infantil e demasiado energético, Júlio continua deprimido e com uma estranha obsessão. O Stephen? Esse continua a levar a vida sobre rodas, cético e bem-humorado. E todos continuam à espera, enquanto as suas crenças, e formas de ver e ouvir o mundo os fazem colocar várias questões relativas à existência do espaço e do tempo, de Deus, e de que forma a arte se encontra nesse debate.
“Je ne sais quoi” é tudo aquilo que vai acontecendo quando no corpo de um só ator aparecem e desaparecem múltiplas personagens de contextos histórico-espaciais muito distintos, simplesmente à espera que ele faça o que tem que fazer: um espetáculo.
FICHA ARTÍSTICA
Interpretação: Joana Ferrajão e Ángel Fragua
Encenação: Mara Correia
Dramaturgia: Joana Ferrajão
Iluminação: Pedro Pires Cabral
Figurinos: Fátima Martins
Fotografia e Vídeo: Look Closer
Designer gráfico: Paulo Araújo
Estreado nos dias 30 e 31 de outubro de 2020 no Teatro de Vila Real